sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Arquitetos americanos criam pirâmide resistente a furacões para Nova Orleans

Cidade flutuante sustentável abrigaria 20 mil unidades residenciais, três hotéis, lojas, espaços culturais, de saúde, escolas, um escritório administrativo e um estacionamento para oito mil carros

Os escritórios americanos Ahearn Schopfer Associates e Cambridge Seven Associates desenvolveram um projeto conceitual de uma cidade flutuante em formato de pirâmide à margem do rio Mississipi, em Nova Orleans, nos Estados Unidos. A estrutura é resistente a furacões e possui capacidade para abrigar cerca de 40 mil pessoas.



Com 360 metros de altura, o projeto, batizado de Noah (New Orleans Arcology Habitat), é formado por três torres de 30 andares, cada uma em forma de triângulo, que se convergem na parte superior. O formato facilita a dissipação do vento, um dos grandes problemas da região.
Esse formato também contribui com o objetivo principal do projeto: a criação de uma estrutura capaz de suportar os furacões que devastam a cidade, como o Katrina, que atingiu a região em 2005. O lugar serviria de refúgio para os habitantes de Nova Orlean.

O Noah pode comportar, em suas colunas, cerca de 20 mil unidades residenciais, três hotéis, lojas, espaços culturais, de saúde, escolas, um escritório administrativo e um estacionamento para oito mil carros.

A pirâmide flutuante usaria energia renovável por meio de sistemas como painéis solares, turbinas eólicas, reciclagem de água doce e um sistema solar que utiliza as vidraças dos apartamentos. Também visando a sustentabilidade, a estrutura terá ligações de transporte elétricas internas verticais e horizontais, que eliminam a necessidade da utilização de carros na cidade.






Arranha-céu inspirado na arquitetura árabe tradicional terá "cachoeira"

Projeto do arquiteto alemão Jan Kleihues prevê duas torres de alturas diferentes integradas a um bloco horizontal. Fachadas terão estrutura metálica com aberturas em formato de diamantes lapidados e queda d'água de 200 metros de altura

As obras da Tower 69, em Trípoli, na Líbia, foram iniciadas em agosto. Assinado pelo arquiteto alemão Jan Kleihues, do escritório Kleihues + Kleihues, o projeto prevê a construção de duas torres de alturas diferentes integradas a um bloco horizontal, que abrigarão hotel, salas comerciais, apartamentos e lojas. O empreendimento deverá ser concluído em 2012.



Segundo o escritório alemão, o projeto foi inspirado na arquitetura árabe tradicional e na geometria de blocos adotada na Líbia. A ideia era construir dois edifícios de proporções diferentes, como se fossem a continuação de antigas residências do centro histórico de Trípoli.
Na torre maior da Tower 69 prevista por Kleihues, será instalado um hotel cinco estrelas com 456 quartos e suítes. Já na menor, serão localizadas salas comerciais e apartamentos.

No centro, por fim, estarão os restaurantes, bares, lojas e a sala de conferência do empreendimento.

O arquiteto apostou nas fachadas como um dos diferenciais do projeto: serão revestidas com uma estrutura metálica sofisticada, com aberturas em formato de diamantes lapidados. Além disso, a fachada da torre do hotel terá uma queda d'água com cerca de 200 metros de altura.

O projeto para o edifício foi escolhido no fim de 2007, quando Kleihues ganhou a competição internacional organizada pela Libya Africa Investment Portfólio, a contratante da obra. Concorria com o alemão, escritórios como COOP Himmelb(l)au, da Austria, Masimiliano Fuksas Achitetto, da Itália, e Harry Seidler and Associates, da Australia.




Obra de ponte de 3,6 mil metros de extensão avança no Amazonas

Ponte acima do Rio Negro terá, além de trechos convencionais sustentados por 72 estacas, duas partes estaiadas em seu centro, para permitir a navegabilidade no rio

A obra da ponte Rio Negro, no Amazonas, com 3,6 mil metros de extensão, já passa da metade. "A fundação está praticamente 90% concluída, os blocos e pilares 60%, e a superestrutura 30%", explica o engenheiro Catão Ribeiro, diretor da Enescil, empresa responsável pelo projeto executivo da obra. A ponte, que vai custar R$ 574 milhões, interligará a região metropolitana de Manaus à cidade de Iranduba.


Obra de ponte de 3,6 mil metros de extensão avança no Amazonas
Ponte acima do Rio Negro terá, além de trechos convencionais sustentados por 72 estacas, duas partes estaiadas em seu centro, para permitir a navegabilidade no rioAna Paula Rocha
A obra da ponte Rio Negro, no Amazonas, com 3,6 mil metros de extensão, já passa da metade. "A fundação está praticamente 90% concluída, os blocos e pilares 60%, e a superestrutura 30%", explica o engenheiro Catão Ribeiro, diretor da Enescil, empresa responsável pelo projeto executivo da obra. A ponte, que vai custar R$ 574 milhões, interligará a região metropolitana de Manaus à cidade de Iranduba.
Em sua extensão, a ponte terá dois trechos convencionais, localizados próximos às margens do Rio Negro, e dois trechos estaiados, na parte central do rio. Segundo Ribeiro, o emprego de estais foi necessário para não impedir a navegabilidade do rio. "O trecho estaiado permite, na vertical, um gabarito de navegação de 55 metros na época de cheia do Rio Negro e 70 metros na de seca. Já na horizontal, para se ter um vão de 200 metros, só mesmo com a solução estaiada", disse.
Para o engenheiro, as peculiaridades da Região Amazônica foram os maiores desafios na elaboração do projeto executivo da obra. "O local possui lâminas d''água acima de 50 metros, o que resultou na adoção de estacas com até 70 metros de altura que estão sendo escavas com auxilio de lama bentonítica", afirma Catão Ribeiro. Ao todo, serão utilizadas 72 estacas ao longo da ponte, que terão uma extensão de 45 metros entre cada uma.
A previsão é de que o Consórcio Rio Negro, formado pelas empresas Camargo Corrêa e Construbras Engenharia, e responsável pela execução da ponte, conclua a obra em março de 2010. O investimento de R$ 574 milhões será financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Ponte interligará a região metropolitana de Manaus à cidade de Iranduba

Detalhe das obras em uma das margens do Rio Negro

Trechos convencionais ficarão nas extremidades próximas do Rio. Já no centro, estarão as pontes estaiadas

Detalhe da obra da Ponte Rio Negro

As 72 estacas do trecho convencional terão 70 metros de altura

Imagem mostra materiais que serão utilizados na obra

Ponte Rio Negro

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Estais substituirão pilares de pontes existentes na Marginal do Tietê, em São Paulo

Apoios centrais das estruturas serão retirados para a construção de novas vias

Os tabuleiros das pontes Freguesia do Ó, Limão e Casa Verde, na Marginal Tietê, em São Paulo, passarão a ser sustentados por estais. Os pilares centrais das pontes serão retirados para dar lugar à construção de novas vias. "É preciso fazer a remoção dos pilares para a implantação não só da pista central mas também para o prolongamento da ponte, necessário para a recolocação da pista local" explica Paulo Vieira de Souza, diretor de engenharia do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), empresa responsável pelo projeto técnico da ponte.
Para a adaptação, as novas colunas de concreto - de onde partirão os estais que sustentarão os tabuleiros - serão construídas sobre as passarelas das pontes. Somente após a construção de toda a estrutura da ponte estaiada é que os pilares centrais serão retirados.
O Dersa optou pelo sistema com estais não só pela necessidade técnica, como também pela possibilidade de aproveitar as estruturas sem ter que demolir ou reconstruir as passarelas. As obras, que devem começar em outubro, serão realizadas durante o período noturno.
As intervenções serão realizadas somente nas pistas local e expressa no sentido Castelo Branco. De acordo com Souza, o traçado da nova pista na margem oposta, no sentido da rodovia Ayrton Senna, não colide com os pilares centrais, sendo desnecessária a adaptação naquele lado da Marginal. A única intervenção que ocorrerá neste sentido será o aprofundamento do solo e um reforço nas vigas de sustentação, o que já vai permitir a construção da nova pista.
Com as intervenções, a altura entre a pista e as pontes deve aumentar pouco mais de um metro. "A altura será de 5,5 metros, eliminando um problema antigo na via, que são os caminhões entalados nas pontes com cargas que ultrapassam os atuais 4,4 metros de altura", afirma o diretor de engenharia do Dersa.
O custo das adequações, que serão executadas pelo Consórcio EIT/Egisa, está estimado entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões para cada ponte estaiada. As obras nas pontes devem terminar em março de 2010.

Shopping Eldorado investe em projeto de revitalização

Até dezembro, shopping terá nova fachada e praça de alimentação modernizada

Com 28 anos e quase 74 mil m² de área brutal locável, o Shopping Eldorado investe desde julho em projetos de revitalização. A Gad'Retail, empresa que compõe a holding de serviços de marca GAD, ficou responsável pela novas sinalização, fachada, além de acessos e do espaço dos clientes, o chamado concierge. O arquiteto chileno Sérgio Liñares fará o projeto da nova praça de alimentação. A expectativa é que todas as mudanças estejam finalizadas em dezembro, para o Natal.



Nesse processo de revitalização, a empresa Gad'Retail partiu da concepção original da fachada do shopping para não descaracterizar o empreendimento. As grandes mudanças foram a cobertura ampla de vidro na fachada principal e os acessos que passarão a ter formas volumétricas que remetem à original. A nova sinalização também segue o estilo da utilizada na entrada do estacionamento, priorizando um visual clean, com destaque apenas da logomarca do shopping.
O espaço concierge, além de deslocado para um local próximo ao acesso principal de clientes, terá um formato elíptico e utilizará, entre outros materiais, a madeira e a pedra para tornar o espaço mais aconchegante e acolhedor.
Para o projeto da nova praça de alimentação, o arquiteto Sérgio Liñares conseguiu acrescentar 214 assentos, totalizando 914 lugares. Essa área do shopping receberá as tonalidades verde, prata e cinza, com madeiras claras e café. Todos os móveis da praça foram desenhados baseados na coleção de 2009 da empresa Devant Móveis. Ao todo são oito tipos de mesas, sendo sete tipos de mesas baixas e um de mesa alta com banquetas - todas na cor cinza prata.









Edo Rocha assina projeto de ampliação da Rede Record

Complexo de gravação de novelas da emissora, no Rio de Janeiro, receberá quatro edifícios, centro de convivência e galpões de apoio
O escritório Edo Rocha Espaços Corporativos é o responsável pelo projeto de ampliação da RecNov, o complexo de gravação de novelas da Rede Record na cidade do Rio de Janeiro. Ao todo, serão construídos sete novos estúdios, quatro edificações e outras instalações. O espaço já existente também será revitalizado. A previsão é de que a obra seja finalizada entre 2011 a 2012.


Localizado no bairro Vargem Grande, na zona oeste da capital carioca, o complexo da emissora possui atualmente sete estúdios, dois galpões e uma pequena área administrativa. Em três anos, porém, a RecNov receberá um centro de convivência, edifícios para o setor de fábrica e acervo, operações, a administração e pós-produção, além de galpões de apoio.
Para a construção dos novos empreendimentos, o escritório Edo Rocha optou pela utilização de estruturas metálicas. Segundo a empresa, o sistema foi escolhido pela rapidez de execução, redução de resíduos, baixa interferência nas atividades que estão em andamento, racionalização das instalações e menor custo.
Os empreendimentos ainda terão coberturas com telhados verdes, sistemas para o uso de energia renovável, estação de tratamento de efluentes, irrigação automatizada e reuso de água. Confira as primeiras imagens do empreendimento divulgadas pelo escritório:




Foster + Partners projeta terminal ecoeficiente para aeroporto em Londres

Projeto prevê a construção de edifício que emitirá 40% menos carbono do que o terminal existente. Custo da obra é estimado em um bilhão de dólaresAna Paula Rocha
O escritório de arquitetura Foster + Partners é o responsável pelo projeto do novo Terminal 2 do aeroporto de Heathrow, em Londres. Previsto para ser concluído em 2019, o edifício adotará sistemas ecoeficientes para reduzir a emissão de carbono em 40% com relação ao empreendimento que está substituindo. A obra é estimada em um bilhão de dólares.



O novo terminal de Heathrow será utilizado pela Star Alliance Airlines e terá espaços para check-in, restaurantes, lojas de conveniência, salas de espera e outros serviços.
Para reduzir a emissão carbono em 40%, o edifício possuirá um sistema de energia solar no telhado, que será acoplado a um centro de energia responsável pela climatização do ambiente. Além disso, o escritório ainda projetou grandes janelas do lado sul e norte do prédio e um telhado em formato ondular para permitir a entrada de luz natural, diminuindo o consumo de energia elétrica durante o dia.
A demolição do atual Terminal 2 deverá ocorrer no final de 2009. Já a execução do novo projeto acontecerá em duas fases. Na primeira, que deverá ser concluída em 2013, está prevista a construção do edifício. Na segunda, o Terminal 2 será conectado ao Terminal 1 assim como a um segundo edifício satélite. A previsão é de que o projeto seja entregue em 2019.






Projeto de reforma da lei de licitações deve ser votado nas próximas semanas


Obrigatoriedade do pregão para obras e serviços de engenharia é uma das propostas mais polêmicas. Para setor, critério induz as empresas, em especial as pequenas e médias, à concorrência predatória Ana Paula Rocha O Projeto de Lei nº 32/2007, de autoria da Presidência da República, que propõe a reforma da Lei de Licitações (nº 8.666), em vigor desde 1993, pode ser votado pelo Senado nas próximas semanas. O novo texto sugere medidas para tornar as contratações de projetos mais ágeis e a seleção de fornecedores de bens, obras e serviços mais barata para os municípios, estados e Governo Federal. Entre as mudanças propostas, está a obrigatoriedade do pregão para as licitações do tipo "menor preço", cujo valor estimado seja de até R$ 500 mil para obras e serviços. Outra sugestão é que nas licitações do tipo "técnica e preço" a proposta de preço não poderá ter peso inferior a 50% da avaliação final. Hoje esse valor não passa dos 30%. A nova lei ainda obrigará que os editais sejam divulgados na internet e permitirá a utilização do pregão nas licitações internacionais. Para o engenheiro Maçahiko Tisaka, conselheiro do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) e consultor empresarial, existem leis em vigor que impedem o uso de pregão para obras e serviços de engenharia. "As leis federais nº 9.472/97, de Telecomunicações, e 5.450/05, que regulamenta o pregão na forma eletrônica, impede taxativamente o uso dos pregões para as contratações de obras e serviços de engenharia", afirma Tisaka. "Além disso, a Lei Federal nº 10.520/02 diz em seu primeiro artigo que o pregão pode ser usado apenas para compra de bens e serviços comuns, o que não tem nada a ver com serviços de engenharia". De acordo com Tisaka, as obras e serviços de engenharia são serviços técnicos especializados para entrega futura e são regidos pela lei 5.194/66, que disciplina o exercício profissional dos engenheiros e arquitetos. Seus serviços não têm relação com "serviços comuns" listados pelo Decreto 3.555/00, não permitindo que obras de engenharia sejam licitados na modalidade de pregão. O consultor ainda critica o aumento do peso do preço nas licitações do tipo "técnica e preço". "Esse critério no pregão vai criar uma série de problemas, principalmente de parte técnica. As obras vão ser contratadas pelo menor preço e a gente sabe que não pode ser assim na engenharia civil", defende Tisaka. "Em minha opinião, de forma geral, as medidas se tornarão um problema tão grande que o governo provavelmente terá que revê-las pouco tempo depois de entrarem em vigor", acredita o engenheiro. Após ser apresentada e aprovada pelo Senado, a proposta de reformulação da Lei das Licitações ainda seguirá à Câmara dos Vereadores para só então ter a sua aprovação final.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PROJETO

A obra está pronta, cada móvel no seu lugar, cortinas nas janelas. É nessa hora que muita gente faz a descoberta: a planta hidráulica tem problemas. Ou, no mínimo, não ficou exatamente como era desejado. Nesse caso, quase sempre é tarde demais: qualquer mudança implicaria em quebra de paredes e perda de material de acabamento.
É claro que nem sempre as situações beiram a tragédia, mas desde pequenos detalhes, como a torneira do chuveiro que fica sob o jato de água (o mais adequado é colocá-la ao lado, evitando que a água fria caia sobre o braço), até problemas mais graves, como a água que volta pelo ralo, a falta de pressão no chuveiro, a má colocação de aquecedores e aquelas horríveis manchas nas paredes onde há vazamentos, já são suficientes para dar muita dor de cabeça.
Além disso, é bom lembrar que as instalações hidráulicas não dizem respeito apenas às redes de abastecimento e coleta de esgoto, mas também às tubulações de gás e à rede de águas pluviais.
Portanto, faça seu projeto de hidráulica, estabelecendo a disposição das torneiras e dos canos, antes de começar a reformar ou a construir.


O primeiro passo

A primeira pergunta é: o que é um bom projeto de hidráulica? É aquele que atende às necessidades dos usuários do imóvel, que facilita futuros reparos e que se integra ao plano arquitetônico ­ tanto do ponto de vista da forma quanto do custo.
Não espere economia nesse item. Um projeto de hidráulica custa quase o mesmo que o estrutural. E a melhor maneira de garantir instalações hidráulicas confiáveis e adequadas à sua necessidade é acompanhar de perto a elaboração e a execução do projeto.


A pressão da rua

Uma das primeiras preocupações para quem vai construir, ou mesmo reformar, deve ser a pressão da água na rua. Quando a pressão é baixa, encher a caixa-d'água pode levar muito tempo, o chuveiro acaba se reduzindo a um quase conta-gotas, e os aparelhos eletrodomésticos, como as máquinas de lavar louças e lavar roupa, demoram muito mais para completar suas funções. Na outra ponta da equação, quando a pressão é alta demais, você vai precisar de tubos mais resistentes e mais largos e ter atenção redobrada quanto às emendas e conexões. Se a sua obra se enquadra numa dessas duas categorias, calma! O mercado oferece dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água.

TUBO DE PVC

E como evitar o golpe de aríete? Já ouviu falar do teste de estanqueidade? Tem idéia do que fazer se em sua casa a água chega sem muita pressão?Este Hidráulica sem segredos ­ um especial da revista Arquitetura & Construção ­ traz as principais informações de que você precisa para iniciar bem sua obra. Conhecendo os procedimentos básicos para realizar um bom projeto, e todos os percalços que podem permear o seu caminho para uma instalação hidráulica perfeita, você evita uma série de problemas futuros.Se já construiu sua casa, ou está reformando, esta edição também será útil, pois revela os segredos para reparar ou manter em ordem o seu sistema. Até mesmo aqueles consertos mais simples, como a troca do vedante da torneira e a limpeza da caixa sifonada, vão perder definitivamente o mistério.

Por dentro dos canos

Hora de pensar em tubos e conexões. Primeira dúvida: que material usar? O PVC encabeça o ranking dos mais conhecidos, mas o mercado oferece ainda outras famílias de produtos: o cobre, que ocupa um espaço importante na construção civil, especialmente no transporte de água aquecida, o CPVC (um tipo de PVC para água quente), o aço galvanizado e até novidades como o polietileno reticulado, que já equipa alguns edifícios brasileiros.

Qual desses materiais se adapta melhor ao seu projeto?

A resposta depende de diferentes fatores, alguns técnicos, outros pessoais e econômicos.Antes de comprar tubos, porém, atenção nas medidas: elas são dadas em milímetros (as peças soldáveis) e polegadas (as rosqueáveis). Quando os dois tipos estão presentes na mesma peça, ela trará as duas medidas: milímetros de um lado e polegadas ­ que correspondem a 2,54 cm ­ do outro. Como os itens rosqueáveis têm espessura de parede diferente dos soldáveis, siga a tabela acima, que traz a conversão das medidas levando em conta essa diferença. Tome cuidado, ainda, com a conversão de cobre para PVC/CPVC: as medidas também serão diferentes, já que o cobre é mais resistente e, portanto, tem paredes mais finas (tabela ao lado). Na hora de trocar um material por outro, fique atento.Não se engane na conversão

DÚVIDAS

A seguir, algumas dúvidas que surgem sempre que pensamos em encanamentos e instalações. Não se esqueça de que as respostas são conselhos e orientações genéricos, e, eventualmente, o seu problema pode apresentar particularidades que só um profissional treinado estará apto a desvendar.

Como ficam os projetos hidráulicos em casas pré-fabricadas?



Em princípio, eles seguem os mesmos mandamentos das construções de alvenaria. A maior diferença talvez esteja na caixa-d'água. Muitas casas pré-fabricadas não têm estrutura no telhado para suportar o peso de um reservatório. Muitas delas, inclusive, são construídas com telha-vã (sem o forro). Assim, a solução é colocar a caixa-d'água do lado de fora, erguendo uma torre para criar pressão. Caso dispense a torre, o uso de um pressurizador será imprescindível para que torneiras, aquecedores e chuveiros funcionem bem.

Água quente esgoto abaixo, o que pode acontecer?


Imagine a situação: você ferveu água para preparar macarrão. Na hora de escorrer, essa água tem temperatura próxima dos 100 °C, muito acima do que é normalmente suportado por vários materiais usados em rede de esgoto. Se o sifão da pia for de metal, você se livrou do problema. Mas, se for de PVC, por exemplo, ele pode não resistir e trincar. Na dúvida, quando for jogar água quente na pia da cozinha, abra também a torneira de água fria (não sobre o macarrão, por favor).No chuveiro e na pia do banheiro o risco não existe, já que a temperatura da água é sempre bem menor, dificilmente ultrapassando os 40 °C.


Por que brota água de uma parede sem encanamentos?


Especialmente para quem mora em apartamento, essa é uma cena muitas vezes real. A explicação é simples: muitos edifícios usam entulho para completar o espaço entre a laje e o contrapiso. Se o apartamento de cima tiver algum vazamento, essa água escorrerá e começará a encharcar o entulho. Talvez demore muito tempo até que ela escoe por algum lugar, mas, inevitavelmente, isso acaba acontecendo. Aí, a água surge em qualquer lugar do apartamento de baixo, mesmo em paredes onde não há tubulação.Outra possibilidade é que haja uma falha na calha que capta a água das chuvas. Se ela passa por uma parede seca, o vazamento vai aparecer



O que é e como funciona o triturador?



Os trituradores são aparelhos eletrodomésticos que vêm se tornando cada vez mais comuns no Brasil. Um triturador (foto) é composto basicamente de um motor e de lâminas. Como o nome já diz, o dispositivo se encarrega de transformar resíduos sólidos em pedaços muito pequenos, que podem facilmente passar pelo encanamento, evitando o risco de entupimento.O aparelho é instalado na pia da cozinha, sob uma cuba especial, com uma saída de água de maior diâmetro. Quando você joga restos de alimentos dentro da pia e aciona o triturador, ele mói o material e o joga na rede de esgoto.

Minha rua não tem rede de esgoto, o que fazer?



Só existe uma alternativa: recorrer a uma fossa séptica. Você pode comprá-la em lojas especializadas ou construí-la, dimensionando-a para atender às suas necessidades. Seu funcionamento é simples: de um lado fica a entrada de esgoto, e, do outro, a saída, sempre num nível mais baixo. É essa diferença de altura que garante que o esgoto vá para o fundo da caixa, forçando o depósito de material sólido. Nesse processo, forma-se uma camada de lodo e outra, acima, de gordura (a água que sai da caixa é o chamado efluente). Depois de passar pelo processo de decantação da fossa, o efluente deve ser infiltrado no solo. Mas atenção: não é permitido lançar resíduo de esgoto na rede de águas pluviais ou em cursos d'água.Atente, ainda, para a manutenção, feita pelos caminhões limpa-fossa, equipados com um tubo e uma bomba de sucção: eles retiram o lodo acumulado no fundo da fossa.


Quais os métodos utilizados para detectar vazamentos?


Não existe método infalível nesse quesito. Uma coisa é certa: se a sua conta de água aumentar muito e rapidamente, sem que haja motivo para tal, é quase certo que o sistema hidráulico da sua casa tenha falhas. Nesse caso, nem a tecnologia ajuda muito. Algumas empresas oferecem o serviço de detecção de vazamentos com aparelhos de ultra-som, que prometem apontar sua localização. O problema está no preço, geralmente salgado.
Outra alternativa é usar o método do copo com água, empregado por muitos encanadores experientes. Funciona assim: feche o registro de entrada de água da rua e todas as torneiras e terminais de saída de água da casa. Em seguida, pegue um copo com água até a borda. Abra uma das torneiras e mergulhe a ponta dessa torneira na água. Se houver vazamento no seu sistema, a água será aos poucos sugada pela torneira aberta. Quanto mais próxima ela estiver do vazamento, mais rapidamente a água será absorvida.
Isso acontece porque, quando você fecha o registro da rua e todas as saídas de água, o sistema da sua casa fica isolado, mas resta a água do reservatório. Caso haja algum vazamento, a água da caixa continuará escorrendo para lá. À medida que deixa o sistema pelo furo, a água provoca deslocamento de ar, gerando nos canos um certo vácuo, que puxa a água do copo. O método não é muito eficiente em apartamentos, que têm seu sistema interligado ao do edifício.


Por que as banheiras de hidromassagem causam problemas?

Aqui, a mão-de-obra é fundamental. Muitas vezes, o erro acontece na hora da instalação. Lembre-se de que um equipamento desse tipo lida com água pressurizada e aquecida, duas características que por si só demandam maiores cuidados. Além disso, o seu projeto deve favorecer a instalação, diminuindo, por exemplo, o uso excessivo de conexões, que sempre potencializam as chances de problemas. Outro item que não pode passar despercebido é a caixa sifonada (foto). Ela precisa ter uma vazão maior para suportar a água e a espuma que caem no sistema de esgoto, vindas da banheira.

Quais os erros mais comuns nas instalações hidráulicas?

Além dos casos óbvios, como juntas e conexões mal ajustadas, as instalações hidráulicas podem padecer de uma série razoável de erros de planejamento. A hora de pensar neles é antes da construção. Quanto ao abastecimento- colocação inadequada de aquecedoresOs aquecedores centrais precisam ser dispostos sob as caixas-d'água. Nunca ao lado, mesmo que estejam em um nível inferior. Se o seu aquecedor não estiver em linha reta sob o reservatório, você com certeza não estará usando toda sua capacidade de aquecimento. Nesse caso, a saída é instalar um pressurizador, que deve ser colocado no caminho entre a saída da caixa-d'água e a entrada do aquecedor, aumentando a pressão que chega a esse aparelho.

- falta de teste de estanqueidade
Assim que os tubos estiverem instalados, abra os registros, espere alguns minutos e observe cada centímetro do encanamento. Só feche as paredes se não tiver encontrado um único ponto de vazamento. Sempre que possível, o teste deve ser feito com o acoplamento de um pressurizador ao sistema. Com pressões mais altas, a chance dos eventuais vazamentos aparecerem é maior.

- instalação inadequada de registros de passagem ou de gaveta
Quando o assunto são registros de passagem (foto), chamados pelos profissionais de registros de gaveta, muitas vezes vale a lógica do quanto mais, melhor. Mas tudo é pensado de acordo com a configuração da sua casa. Dependendo do seu projeto, pode ser interessante colocar num mesmo registro individual as saídas de água da lavanderia, um segundo para os pontos da pia da cozinha e um terceiro para o banheiro. Mas existem outras disposições possíveis. No banheiro, por exemplo, uma solução é optar por ter um registro para a pia e para o chuveiro e outro, individual, para a válvula de descarga. Assim, em caso de manutenção da válvula, os outros aparelhos do banheiro continuam sendo usados. Em qualquer situação, uma recomendação importante é não deixar esses registros meio abertos. Ou seja, se você estiver usando a água, eles devem permanecer totalmente abertos, mesmo que você tenha muita pressão no seu sistema. Lembre-se de que esses registros não foram feitos para regular a força da água ­ prática que causa danos irreversíveis ao mecanismo dessas peças. Caso isso aconteça, a única solução é trocar o conjunto todo, com os habituais inconvenientes de quebra de paredes e de revestimentos .

Quanto ao esgoto
- ângulos retos
São dois os problemas: ângulos retos tendem a aumentar a tensão e a pressão do sistema; o que é pouco desejável, quando se fala em esgotos. Também facilitam o acúmulo de sujeira. Escolha conexões com ângulos inferiores a 90°.

- excesso de ramais
O que vale aqui é a lógica de reduzir o uso de material. Diminuindo a quantidade de tubos, você minora, também, os riscos de vazamentos.
- falta de ventilação no sistemaTrata-se de um tubo que sai do sistema de esgotos em direção ao telhado. Lá em cima, sua ponta é aberta, garantindo a entrada de ar e o predomínio da pressão atmosférica no sistema. Não descuide desse detalhe: junto com a exata inclinação dos tubos, ele será responsável pelo correto escoamento das águas. A ventilação ainda evita que o mau cheiro da rede invada os ambientes da casa.



O que é o golpe de aríete e como evitá-lo?



Trata-se de uma forte trepidação que acomete o sistema hidráulico sempre que uma saída é fechada. O motivo é simples: quando uma saída é aberta, a água corre pela tubulação e sai do sistema. Assim que se fecha a saída e o fluxo é interrompido, a água tende a refluir para dentro dos tubos. Quando esse refluxo é muito violento, ocorre o golpe de aríete ­ quase sempre com as válvulas de descarga, que trabalham com tubos largos e pressões elevadas. Com o tempo, isso pode até provocar rachaduras e vazamentos. As novas válvulas já saem de fábrica com dispositivos que evitam o problema. Se sua casa sofre com esse efeito, troque a válvula.



Quero fazer um poço artesiano em minha casa. Posso?



A lei diz que, onde houver rede de abastecimento de água, o consumidor deve fazer uso dela, preferencialmente. Mas não são raras as construções que optam pela perfuração de poços artesianos, mesmo nas cidades . Não pense, entretanto, que essa iniciativa representará o fim das contas de água. Para estar dentro da lei, a construção de um poço nas cidades deve ser comunicada à abastecedora, que instalará um hidrômetro e medirá o consumo do mesmo jeito. A diferença é que não será cobrado o abastecimento de água, apenas a taxa de coleta de esgoto, que representa 50% de sua conta.Outro fator a ser levado em conta diz respeito aos rios poluídos. Se o seu poço captar água nas proximidades de um desses cursos, a chance de contaminação é muito grande. Mesmo em locais ermos, é indispensável o tratamento das águas de poço artesiano para que elas estejam adequadas ao consumo.

COMO FAZER


Mesmo que você não tenha vocação para dublê de encanador, veja como são feitos alguns consertos básicos: trocar o sifão e o vedante da torneira, reparar a válvula de descarga, desentupir o ralo e usar a fita de vedação.














Não é preciso ter um arsenal de ferramentas para proceder aos reparos mais comuns. Bastam uma serra, uma trena, um grifo e uma chave inglesa para que você resolva tudo sozinho


A torneira está pingando
A responsabilidade é quase sempre do vedante (popularmente chamado de courinho). Ele é a peça que mais se desgasta nas torneiras ou nos registros. O mercado já dispõe de modelos de disco cerâmico, que dispensam o vedante.

Desatarraxe o volante (a parte usada para abrir ou fechar). Dependendo da torneira, use um grifo ou uma chave inglesa.








Retire o conjunto interno. Na ponta, fica o vedante. Solte-o e leve-o à loja para comprar outro do mesmo tamanho.











Encaixe o novo vedante na ponta do conjunto, recoloque-o e atarraxe o volante.

A válvula de descarga disparou
Você terá que trocar o reparo. Trata-se do conjunto que controla o fluxo de água. Se sua válvula for antiga, chame o encanador: são mais de vinte itens a serem substituídos. Nos novos modelos, substitua o cartucho, conforme o esquema:
Abra a parte externa da válvula. O que vemos na parede é apenas acabamento. A válvula, mesmo, fica dentro da caixa externa
Retirada a caixa, você verá um parafuso e um conjunto com uma mola. Solte o parafuso, libere o cartucho e coloque o novo.
Encaixe e aperte, sem exagerar, o parafuso e a mola. Por fim, recoloque a caixa externa.

PROJETO

Quando os eletrodomésticos ainda ensaiavam sua estréia triunfal dentro das nossas casas, a instalação elétrica se resumia a um simples passar de fios e conduítes. Pois novos aparelhos surgiram e se multiplicaram, fazendo com que a importância de um serviço bem feito crescesse na mesma proporção. Ninguém quer que, depois da obra concluída ou do apartamento reformado, a luz continue variando quando o microondas é ligado ou que o chuveiro não possa ser acionado ao mesmo tempo em que a máquina de lavar roupas, sob pena de desarmar o disjuntor e deixar parte da casa às escuras. Como quase tudo numa obra, a hora de evitar esses problemas é antes da construção, no momento em que os projetos arquitetônico e estrutural estão sendo definidos. Afinal, tudo se interliga. A disposição dos ambientes, a área construída, o pé-direito, todos esses elementos têm influência direta sobre o tipo de trabalho a ser feito e do material a ser usado.Se a hora é de economizar, pense em outros departamentos em que poderá cortar gastos – na instalação elétrica, definitivamente, não é. Um projeto bem dimensionado, alicerçado em materiais de qualidade, evita muito mais que disjuntores desarmando: ele nos poupa de incêndios e de choques elétricos, que podem causar queimaduras e até matar.

Mãos à obra
Ou melhor, ao papel. Este é o momento de elaborar o projeto, determinando quantas tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos de luz serão necessários – e qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos (um home theater, uma estação de microcomputadores) devem constar da sua planta, ou será difícil concretizá-los sem ter, mais tarde, de quebrar as paredes e redimensionar potências.

ESCOLHA DO MATERIAL

Os materiais que levam a energia aos diferentes pontos de sua casa devem ser de boa qualidade. Procure na embalagem o símbolo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), procedimento aconselhável para todos os componentes de sua instalação. Desde os cabos até os interruptores, esse símbolo significa que as peças foram feitas obedecendo às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para Instalações Elétricas de Baixa Tensão, identificadas pela sigla NB-3 (NBR-5410), antiga NB-3. Agora, conheça a cesta básica da sua instalação.

Fios e cabos

Só há uma diferença entre eles: a flexibilidade. Os fios – constituídos de um único e espesso filamento – são rígidos. Já os cabos são formados por vários filamentos finos, o que lhes dá maleabilidade e facilita sua colocação nos trechos onde há curvas.O material de que são feitos – o condutor de eletricidade – é o mesmo, o cobre (que, aliás, pode variar muito de qualidade). Faça sua pesquisa de preços, mas não leve um produto só porque é mais barato. Isso pode significar matéria-prima inferior – quanto mais puro o cobre, melhor será a condução da energia. Muita atenção também quanto ao revestimento, que deve ser antichama. Exposto ao fogo, o PVC, que cobre todos os fios e cabos, não propaga a chama, mas, em geral, libera gases tóxicos. Uma nova geração de cabos aboliu o chumbo tóxico da capa que isola os condutores. Na hora da compra, pergunte sobre a qualidade do produto e verifique as suas especificações.

Disjuntores desarmados, choques, curto-circuitos, variação na intensidade da luz
...Esses são apenas alguns – ou os mais corriqueiros – problemas que nos afligem no dia

-a-dia. A boa notícia é que tudo isso pode ser evitado – ou reformado, se sua casa já não é tão nova assim. Acompanhe neste Elétrica sem segredos, edição especial da revista Arquitetura & Construção, tudo o que envolve uma instalação elétrica bem feita. Um projetista faz parte, naturalmente.

DEFINIÇÃO DOS CIRCUITOS.

Neste momento, você já listou eletrodomésticos e pontos de luz com as devidas potências. Contas feitas, definem-se os circuitos (as linhas de transmissão de energia interna, que saem da caixa de distribuição e levam a eletricidade até os aparelhos). Para cada um, instala-se um disjuntor. A questão é: quantos?Fixar essa quantidade é relativamente simples: ramais que alimentam aparelhos de grande potência (a partir de 1 200 W), como chuveiros, fornos de microondas, máquinas de lavar roupa e secadoras, por exemplo, pedem circuitos exclusivos.A mesma indicação serve para os aparelhos eletrônicos, como os computEstabelecendo limites
Como determinar o limite de cada circuito? E quantas tomadas podem ser ligadas a cada um sem que haja o risco de sobrecarga? Os projetistas recomendam tomadas comuns, de 100 watts de potência, em média, para ambientes de estar, como salas e quartos. Um circuito feito com um cabo de 2,5 mm2 (a bitola mais comum em residências) a uma tensão de 110 volts pode conduzir algo em torno de 1 200 a 1 500 watts. Assim, será possível ligar cerca de dez tomadas de 100 watts cada, já prevendo uma margem de segurança. Se a tensão for de 220 V, a potência do circuito aumenta para algo em torno de 2 200 watts.Ao estabelecer o número de circuitos e a potência de cada um, lembre-se de que não se deve exceder o limite de cada ramal, sob pena de superaquecimento dos cabos, variaçõesna tensão e desarme constante dos disjuntores.

CIRCUITOS




Aterrando o sistemaPor ser um grande depósito de energia, a terra pode fornecer ou receber elétrons, neutralizando uma carga positiva ou negativa. Aterrar o sistemaé exatamente isso: estabelecer essa ligaçãocom a terra, estabilizando a tensão em casode sobrecarga. Assim, você evita um curto-circuito nos aparelhos.
O procedimento é simples: próximo à caixa de distribuição, uma barra de cobre, vendida nas lojas especializadas, é cravada no solo. Dela sai um cabo neutro – justamente o fio terra – para todas as tomadas da casa.Nos projetos mais recentes, as tradicionais tomadas de dois pinos estão cedendo lugar para as de três pinos, em que o terceiro é o terra. É uma boa providência. Prevendo a existência de sistemas aterrados – infelizmente ainda rarosna maioria das construções brasileiras –, vários eletrodomésticos estão saindo de fábrica com plugues desse tipo, antes comuns apenas em aparelhos como computador, fax, impressora e televisão. Devido às suas características técnicas, esses equipamentos são mais vulneráveis a um curto-circuito.
No caso dos micros, não pense que só o uso de um estabilizador é capaz de protegê-los. Se o seu sistema não for aterrado, o plugue de três pinos do aparelho terá de ser ligado a uma régua e, a partir dela, na sua parede,em uma tomada comum. O terceiro pino do plugue – o terra – simplesmente perdeu sua função.
O cálculo da bitola
Quanto maior a distância entre o quadro de luz e a tomada, maior será a bitola do cabo. Se ela for sub dimensionada, a energia se transformará em calor, diminuindo o desempenho dos aparelhos, aumentando o consumo de energia e expondo sua instalação a um curto-circuito.Aumentar a esmo a seção nominal não é a solução do problema: com uma bitola maior do que o necessário você estará apenas onerando a sua obra (isso significa preço mais alto, e são muitos os metros a serem percorridos). Em geral, os fios têm entre 2,5 mm2 e 8 mm2, mas o cálculo correto é trabalho do projetista.A partir daí é feita a distribuição dos circuitos: para cada um são usados dois fios vivos (um fase e um neutro), para tomadas 110 V. Ou fase e fase, para tomadas 220 V. Fase, como você já percebeu, é, justamente, o fio que conduz a energia elétrica.

DÚVIDAS

Algumas perguntas sempre surgem na cabeça de quem está reformando ou construindo. E na de quem acaba de levar um choque no chuveiro ou perdeu o equipamento de som em razão de um mal de que o país inteiro é vítima: os raios. Saber o que acontece na sua instalação elétrica pode ajudá-lo a evitar prejuízos – de um curto-circuito capaz de destruir os seus equipamentos a uma conta de luz que mina o seu orçamento mês a mês.
É verdade que uma casa com tensão de 220 volts gasta menos energia?
terá, em 220 V, aproximadamente a metade da bitola de um outro, de mesma potência, que usa 110 V. Na ponta do lápis, a economia é significativa (bitola menor, custo menor). Os eventuais acidentes e choques com uma tensão de 220 V, porém, são mais perigosos que em 110 V. Por isso, a maior parte dos projetistas recomenda o 220 V apenas para circuitos específicos, que alimentam os equipamentos de maior consumo e pedem ramais exclusivos.
Existe o risco de choque no chuveiro elétrico, mesmo com a instalação em ordem e o sistema aterrado?
Sim. Ainda que remotamente, até os chuveiros elétricos que usam resistências blindadas oferecem esse risco. Essa foi uma das razões que levou a ABNT a adotar os dispositivos de controle de fuga de corrente (DR). Quando uma descarga se precipita no chuveiro, o dispositivo se encarrega de acusar e desviar o excesso de carga do sistema, evitando o choque.
O disjuntor desarma a toda hora. Devo colocar um de amperagem maior?
Não. É preciso saber o porquê de tão sucessivos incidentes. Uma das hipóteses é a de que o sistema esteja operando acima de seu limite. Isso é bastante comum em casas antigas, que não foram adaptadas à maior demanda de energia dos equipamentos modernos. Nesse caso, a queima do fusível, ou o desarme do disjuntor, pode ser sinal de excesso de carga para as dimensões de sua instalação. A única alternativa é a reforma.Se você mora em edifício, há mais um item a ser considerado: a prumada – o cabo que sobe desde o térreo, ou subsolo, levando a eletricidade até o seu apartamento. Ela pode ter ficado inadequada para o seu consumo atual de energia, provocando desarme do disjuntor na caixa de entrada do prédio. A única solução é trocar a prumada por um cabo de maior bitola. Em alguns edifícios, o condomínio se encarrega da troca geral; em outros, cada apartamento se responsabiliza pela sua. E lembre-se de fazer o cálculo da quantidade de energia a ser usada em seu apartamento para que um projetista determine a bitola da nova prumada.
Variações de tensão, comuns nas redes brasileiras, prejudicam os aparelhos?
Para os aparelhos bivolt – que trabalham com tensões de 90 a 240 volts – as variações não trazem prejuízo. Mas os que operam com apenas uma tensão podem sofrer avarias. Fique atento, também, aos aparelhos importados que não sejam bivolt. Os japoneses, por exemplo, operam com 100 V, o que os torna incompatíveis com o sistema brasileiro, que quase sempre adota 110 V. Não são raros os casos de aparelhos japoneses queimados à primeira conexão na tomada.
Como resguardar minha casa dos raios?
Por sua posição geográfica, o Brasil é o país que mais sofre a incidência de raios – descargas elétricas de milhõesde volts que nascem entre as nuvens e descem até o solo(os relâmpagos não chegam ao chão, são como enormes fagulhas que surgem e morrem no céu).Como todas as instalações e os aparelhos residenciais são projetados para trabalhar em tensões que vão de 90 a 240 V, imagine o que acontece quando tudo isso recebe 1 milhão de volts de uma só vez: a estrutura da casa é danificada, o que pode causar incêndio, queima de aparelhos e até ferimentos nos moradores. Infelizmente, ainda não se encontrou um sistema totalmente à prova dos temíveis raios. Mas é possível minimizar seus efeitos.


Gaiola de Faraday

Quem mora em casa deve considerar a instalaçãode um pára-raios. Os mais usados no Brasil, conhecidos como gaiola de Faraday, são os que lançam mão de pequenas hastes coletoras, espalhadas pelas extremidades da construção, interligadas por cabos de cobre. Quando um raio atinge a casa, esse sistema se encarrega de distribuir a carga pelos diferentes ramais, que vão até o solo e mantêm a construção eletricamente neutra.





FranklinOutro sistema, o Franklin, consiste em um mastro metálico, instalado sobre o telhado e ligado a cabos que conduzem a eletricidade até o solo. Só uma empresa especializada pode dimensionar adequadamente a sua proteção e indicar o melhor método (há casos em que os dois sistemas são combinados).De qualquer forma, os pára-raios protegem apenas a casae em um perímetro determinado – a vizinhança não fica resguardada. Eles também não preservam eletrodomésticos nem computadores. Se a sobrecarga vier pela rede elétrica, pelo fio do telefone ou até mesmo pelo cabo da TV por assinatura, é possível que você tenha seus aparelhos danificados. Para proteger os equipamentos foi criado o supressor de surto de tensão – dispositivo que desvia as sobrecargas, funcionando como uma espéciede pára-raios interno. Ele não ocupa espaço: instaladono disjuntor (acima), ele termina em uma pequena caixa colocada junto ao equipamento. Mesmo que você instaleum para cada aparelho, é importante ter um supressormais potente no quadro de entrada da casae outro na entrada do telefone.
Existe uma forma simples de economizar energia?
A melhor maneira de economizar é fazer um projeto bem dimensionado. Se você optar por chuveiros elétricos ao invés de aquecedores a gás ou energia solar, por exemplo, seus banhos certamente serão mais caros. Mas, no dia-a-dia, é possível tomar providências que baixarão as cifras de sua conta de luz.
Chuveiro elétrico:
no verão, ajuste o seletor. A mudança de chave representa uma diminuição de até 30% no preço da água quente.
Geladeira:
instale-a em lugar protegido dos raios solares. Nunca use a parte de trás para secar tecidos nem forre as prateleiras. Também não deixe a porta aberta por muito tempo.
Ferro elétrico:
evite ligá-lo várias vezes – o que mais consome energia é o aquecimento do aparelho.
Máquinas de lavar:
espere juntar roupa ou louça suficiente para usar a capacidade total da máquina. E mantenha os filtros limpos.
Televisor:
mesmo com um consumo nominal relativamente baixo, eles gastam bastante, pois tendem a ficar ligados por muito tempo. TV ligada, só quando alguém a estiver assistindo. O mesmo vale para computadores e impressoras
Vou comprar um imóvel usado. Como saber se a rede elétrica tem problemas?
Você pode consultar um eletricista de sua confiança, mas não existe nenhum sistema seguro para fazer uma avaliação completa. Você só saberá quando os disjuntores começarem a cair assim que seus aparelhos, lâmpadas e chuveiros forem acionados. Infelizmente, também não há uma maneira de refazer circuitos ou de acrescentar novos pontos de luz e de tomadas sem quebradeira. O mercado já ofereceu algumas alternativas, como um sistema de lâminas metálicas envoltas em material plástico colocadas sob o carpete – era preciso apenas abrir um pequeno trecho de parede, onde seria instalado o novo ponto. Por falta de segurança, o produto já não circula. As canaletas plásticas, que correm sobre a parede, são hoje a única alternativa possível, mas só são indicadas para circuitos de baixa tensão. Agora você entende por que muitas casas européias mantêm sua instalação à vista: a manutenção e as reformas tornam-se mais fáceis.
Como escolher a lâmpada certa entre tantas disponíveis no mercado?
Na hora da compra, pergunte sobre o consumo de energia, que vai de 9 a 650 watts, e sobre o IRC – Índice de Reprodução de Cor –, que varia entre 70 e 100 e diz respeito ao tom da lâmpada. Quanto mais próximo da luz do Sol, maior é o IRC.
Incandescente

O mercado oferece uma infinidade de modelos, mas não se atrapalhe: as lâmpadas se enquadram, basicamente, em três grupos: incandescentes, halógenas e fluorescentes. As mais antigas, que ainda predominam nas residências, são as incandescentes, que produzem luz a partir do aquecimento de um filamento de tungstênio. Com IRC de 100 (excelente), elas apresentam um baixo custo unitário. Os inconvenientes são o alto consumo de energia e a vida útil não muito longa (1 000 horas, em média). As incandescentes, ainda, costumam escurecer com o passar do tempo. Isso acontece porque o filamento de tungstênio desprende partículas que vão aderindo às paredes da lâmpada, causando o escurecimento. É claro que a poeira e a poluição acumuladas sobre ela contribuem para diminuir sua eficiência. Aqui, a solução é simples, mas geralmente esquecida: lâmpadas também precisam ser limpas.
Halógena
As halógenas são incandescentes que sofreram a adição de gases halógenos – eles reagem com as partículas de tungstênio desprendidas e as depositam de volta no filamento. Por esse motivo, elas não escurecem e duram mais (entre 2 000 e 4 000 horas). Esse grupo inclui as dicróicas – halógenas dotadas de um relfletor capaz de reduzir o calor excessivo produzido por esse tipo de lâmpada.

Fluorescente

Mais econômicas (seu consumo é 80% menor que o das incandescentes), as fluorescentes não têm filamento, mas gás mercúrio, e emitem luz fria a partir da descarga gerada por um reator. A durabilidade é considerável: entre 7 000 e 10 000 horas. O IRC varia de 70 a 85. Os modelos mais novos, que respondem pelo IRC mais alto, são encontrados em diversas tonalidades, das mais esbranquiçadas às mais amareladas. Portanto, preste atenção aos ambientes em que vai usá-las. Eficientes em banheiros, cozinhas e salas de estudo, as fluorescentes podem dar a espaços como salas e quartos uma atmosfera que lembra os escritórios.

Obra do túnel que desabou na Estação Pinheiros é concluída em São Paulo

Consórcio Via Amarela agora trabalha na construção da parte referente à estrutura da futura estaçãoAna Paula Rocha
A obra do túnel da Estação Pinheiros do Metrô, na Linha 4-Amarela, que desabou em janeiro de 2007, já foi concluída pelo CVA (Consórcio Via Amarela). A empresa trabalha agora na construção da parte referente à estrutura da futura estação, executando as lajes das salas operacionais e os níveis de mezaninos.


Entre as estações Faria Lima e o Pátio Vila Sônia foi utilizado o método de construção NATM (New Austrian Tunnelling Method). Neste sistema, após a escavação do túnel, executa-se o concreto projetado que, associado às cambotas metálicas, chumbadores e fibras no concreto, dão suporte ao maciço. Já no trecho entre as estações Faria Lima e Luz, o consórcio optou pela utilização de Shields TBM (Tunnel Boring Machines), conhecido como Megatatuzão.
De acordo com o CVA, a concretagem da laje de fundo da Estação Pinheiros, com altura de 4 m, foi executada em duas etapas, devido ao grande volume. A primeira fase aconteceu no início de janeiro deste ano, quando foram lançados 2,4 mil m³ de concreto. A segunda etapa foi realizada no final do mesmo mês, com o lançamento de mais 2,9 mil m³ de concreto.
Segundo o consórcio, as obras no canteiro da futura estação Pinheiros, e de toda a Linha 4, seguem em ritmo normal e de acordo com o cronograma. A previsão é de que sejam concluídas no primeiro semestre de 2010. Confira as imagens do túnel e das obras da estação:





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